468x60

Encerramento das olimpíadas: A estética e a liturgia

10 de abril de 2011
Oi! Como prometido todo domingo uma devocional, e para estreia desse quadro, deixo para vocês uma texto que gosto muito de um autor que gosto muito. O texto já é um pouco velhinho, mas vale a pena refletir!
Bjos e boa semana!




Encerramento das olimpíadas: A estética e a liturgia

Milhões de telespectadores, em todo o mundo, puderam assistir maravilhados a beleza plástica da cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Pequim. Uma demonstração da capacidade criativa e da sensibilidade humana diante da beleza. Para os chineses, a Estética é representada por dois ideogramas: beleza + pensamento.
Os gregos apenas sistematizaram o que os povos de todos os tempos e lugares sentiram; o que Deus orientou na construção e decoração do Templo de Jerusalém; o que a Igreja Cristã, iniciando com os símbolos e gestos nos seus primórdios, e elaborando através dos séculos, representou o sagrado além das meras palavras. Para
os cristãos do Oriente, o espaço sagrado e a liturgia nos devem conduzir a uma
antevisão da glória.
Ficamos, contudo, pensando na pobreza estética do Protestantismo Brasileiro, seus templos com cara de lojas, seus ritos com jeito de reunião e aula, seus ministros vestidos como vendedores ou políticos, jogando fora (e se empobrecendo) dois mil anos de acervo estético da Cristandade.
No Império, por força da Lei, éramos proibidos de edificar templos com símbolos. A carência financeira nos impediu de maiores elaborações estéticas. Mas, foi a construção de uma identidade por antagonismo (em relação à Igreja de Roma) que nos fez, lamentavelmente, confundir o todo católico (histórico e universal), patrimônio cultural de todos os cristãos, com o Romano. Esquecidos das belas construções e das adequadas vestes dos ministros protestantes
de outros países.
Diante da fome estética da nossa gente, diante das “quatro paredes caiadas e um sermão”, parte-se para uma imitação do judaísmo ou para o culto-espetáculo, brega/chique, que promove mais a vaidade humana do que a glória de Deus. Enquanto isso a ideologia agressiva do Secularismo pós-moderno vai proibindo os símbolos religiosos, e toda expressão do pensar religioso da esfera pública, com a “colaboração” dos inocentes úteis cristãos informalistas, casualistas, iconoclastas.
A Primeira Reforma (Luteranos e Anglicanos) partiu do princípio de que toda construção multissecular do Cristianismo – inclusive na Estética – deveria ser mantida, desde que não contrariasse os ensinos das Sagradas Escrituras. O radicalismo anti-histórico, antiestético e anti-litúrgico de manifestações posteriores do Protestantismo se constituíram em uma perda para a Arte Sacra e para a beleza na adoração: uma Liturgia com conteúdo e forma.
Uma nova geração educada e sensível de evangélicos pode recuperar a Estética cristã histórica dentro dos parâmetros doutrinários reformados. Os de dentro das Igrejas seriam edificados; muitos dos de fora seriam atraídos. Nós, os Anglicanos, que sempre valorizamos a Estética e a Liturgia, estamos disponíveis para emprestarmos a nossa modesta colaboração nessa tarefa tão necessária.
Deus não é apenas o Sumo Bem, mas, também, o Sumo Belo!

Olinda (PE), 25 de agosto de 2008.
Dom Robinson Cavalcanti

0 comentários:

Postar um comentário